terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Poema escrito por uma aluna do curso EFA - Secundário na aula de Cultura, Língua e Comunicação


IDADE

Parabéns! Que felicidade!
-“Quantos anitos fazes?”
E como de contar não são capazes,
os deditos exibem
Mostrando a sua idade.

O tempo vai passando
e com ele vêm
muitos outros aniversários,
que aos anteriores se vão somando
como se fossem rosários.
Chega a adolescência.
Mas à maioridade se quer chegar.
Que impaciência!
É difícil de esperar.

A experiência e a sabedoria,
através dos anos adquirida, ajudam a vencer na vida
e a guarnecer o rosto de alegria.
Aparecem os filhos.
Seguem-se os netos.
Não cessam os sarilhos.
E as pessoas mais parecem objectos.
Surge então a vida complicada.
E os anos já não se querem mais contar;
a idade já vai avançada
mas os aniversários não se podem afugentar.

Feliz aniversário!
Mais um ano se passou!
A idade torna-se num adversário
que a vida arruinou.
É difícil de a combater
pois não se deixa de envelhecer.

Na juventude,
contar os anos é uma animação.
Mas a Velhice só traz humilhação:
perde-se a virtude
e por vezes a Razão.
Quando se tem muita idade,
vive-se a recordar
o que se fez na mocidade
e o que ficou por acabar.
Perdem-se os amigos e os carinhos.
Vive-se de emoções.
Teme-se o ficar sozinhos
e agastam-se os corações.
De pele enrugada,
devido à longa caminhada,
agora contam-se os dias
até chegar à ultima morada,
solitária e de paredes frias.
A idade começa
logo à nascença.
Ela só cessa
quando a mente e o coração
extinguem sua presença
no mundo da civilização.
Clotilde Glória –Curso EFA, Turma SEC-1